Era uma vez, há muito tempo atrás, numa das ilhas do Arquipélago do Japão, uma árvore muito grande.
Os japoneses, que gostam muito da natureza, tratavam-na com muito cuidado. Assim, o povo dessa ilha admiravam muito a ávore. Ela era tão grande e respeitada que os viajantes que vinham da Coreia e da China diziam nunca ter visto uma árvore tão grande e com a copa tão bem formada.
Mas, com o passar do tempo, a árvore cresceu tanto que metade da ilha ficou à sombra. Assim, metade da ilha ficou triste e fria e não crescia legumes nem flores. As pessoas que lá moravam andavam sempre constipadas e já não sabiam o que fazer.
Foi então que decidiram discutir o problema... Reuniram-se em conselho e, após vários dias de discussão, chegaram à triste conclusão que teriam de cortar a árvore.
Houve choros e lamentos, todas as pessoas ficaram muito tristes porque a árvore era muito bonita e antiga.
De onde cortaram a árvore plantaram umas pequenas cerejeiras pois estas árvores não crescem muito...
Toda a gente ajudou no corte da árvore e com a madeira dos ramos fizeram objectos para se recordarem dela.
Só ficou o enorme tronco que, depois de terem falado entre eles, decidiram fazer uma barca para poderem viajar para ilhas mais longínquas.
Como os japoneses são óptimos carpinteiros depressa construiram a barca.
A barca foi decorada com várias cores... E lançaram-na à água.
O acontecimento foi festejado, à noite houve fogo de vista e em todas as ruas acenderam balões de papel às cores.
Daí para a frente os habitantes daquela ilha começaram a fazer negócios e
ficaram ricos...
Nas noites calmas de Verão ou de Outono as pessoas embarcavam e iam ver a lua cheia sobre o mar.
Entretanto, à medida que ia passando o tempo as cerejeiras iam crescendo e ficando, de tal maneira, bonitas que passou a haver todos os anos a festa da "cerejeira em flor".
Quando chegava a Primavera todos vinham trabalhar para a rua e riam e cantavam.
Passados muitos anos a madeira da barca apodreceu e toda a população da ilha ficou triste porque já não podiam passear e fazer negócios na barca feita com a madeira da "árvore". Foi então que a população decidiu ir a outra ilha comprar madeira para fazer uma nova barca.
Do mastro da antiga barca fizeram uma biwa
(guitarra típica do Japão).
E assim o povo daquela ilha guardou a memória da árvore, passando-a de gerações em gerações, através das canções que cantavam e tocavam com a biwa.
Resumo feito por: Catarina Silva